sábado, 18 de junho de 2011




Quando eu li isso, me debulhei em lágrimas, pois pra mim, parecia o fim de tudo, achei que sofria mais que todos, nunca pensei nos outros. Mas percebendo toda a realidade, eu não estou triste pela menina, pois ela teve um final feliz. E eu? E o meu final feliz? O que acontece comigo? Eu, sendo uma menina educada, às vezes impaciente, simpática, sempre com um sorriso no rosto, sempre me sinto ameaçada, sempre acho que não sou boa o suficiente, acabo sempre desistindo de tudo, assim como já tentei desistir da vida, isso mesmo.  Eu tenho marcas até hoje, literalmente, sabe... Ás  vezes eu canso de viver, às vezes eu canso da vida, outras apenas da escola, mas tem vezes que eu não sou canso, como desisto, sempre que eu tomo banho, eu pego a gilete, e me marco, dói, e muito, mas pelo menos dá um alívio da dor que eu sinto aqui dentro, então a dor volta, e eu faço de novo.
Não gosto de me estragar nem um pouco, mas eu nem ligo mais, porque eu já estou estragada por dentro, já fui destruída, não existe mais um "eu de verdade", apenas um eu que o meu consciente criou, ele aprendeu a lidar com as situações sozinho, eu acho que não existo mais. Meu amor já acabou comigo, meus pais, o abandono da minha família, literalmente... Tudo, eu canso de tudo, não é fácil lidar com as situações com apenas 15 anos, eu não aguento esse peso, eu não consigo desabafar com meus pais, meu pai sempre parte pra grosseria, e a minha mãe... Não fala nada, ela nunca compreende, ela não me ama o suficiente pra me entender. Então o que eu faço? Eu guardo tudo pra mim, pra depois me cortar, ver o sangue escorrer pelo meu corpo, e depois só chorar, é o que eu faço de melhor, eu não tenho meus pais por perto de mim, não sou próxima deles o suficiente pra chorar em seus ombros e ouvir um: Calma filha, vai ficar tudo bem, nunca, mais essa é a realidade, tento lidar com isso sozinha, mais como eu disse, é difícil. Você, adulto, pensa que pra nós, adolescentes, tudo sempre é o fim do mundo. Pode ser isso, mas realmente, é. É difícil de eu achar que as coisas estão difíceis, eu vejo quando elas realmente estão.
Sinto dizer, mais as coisas nunca estiveram tão difíceis quanto estão agora, na minha casa, agora é só eu, meu irmão e meu cachorro, eu e meu irmão não somos tão chegados, passo muito tempo sozinha, não tenho muitos amigos. Mais sei lá, digo... Minha vida é boa, eu tenho um teto, comida, televisão à cabo, nem todos tem o que eu tenho, muita gente precisa de vida, e eu reclamo da minha, bla, bla, bla. Já ouvi isso demais, já estou cansada disso, se eu resmungo da vida, é porque ela realmente não está boa, eu tento mudar ela, tento fazer coisas que faça eu me sentir bem... Mais não adianta, quantas vezes eu já quis ir em um psicologo... Ai, é difícil lidar com tudo, mais eu não vou desistir da vida, vou morrer quando for a hora certa. Por que eu sei... Suicidas vão para o inferno, não quero ir pra lá. Então, vou ficar aqui, e morrer quando for exato, mesmo querendo partir logo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário